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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

história do sítio


Em 1952, quando a televisão brasileira ainda engatinhava, os personagens do ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’, de Monteiro Lobato, apareceram pela primeira vez personificados. A escritora Tatiana Belinky, que era amiga de Lobato, escreveu mais de 350 capítulos baseados na obra infantil para a TV Tupi. Foi a primeira adaptação literária da história da televisão brasileira.
No primeiro elenco do ‘Sítio’ estavam Lúcia Lambertini (Emília), Edi Cerri (Narizinho), David José (Pedrino), Rubens Molino (Visconde) e Leonor Pacheco (Dona Benta). A atriz que interpretava Tia Nastácia era Benedita Rodrigues. Não era uma mulher conhecida do público, mas havia sido criada na casa dos Lobato. ‘Conheceu o escritor e conviveu com ele. Imagine o que isso significou para a interpretação’, conta Tatiana.
Em forma de teleteatro, o programa era apresentado uma vez por semana e ficou no ar por 13 anos. ‘As dificuldades eram enormes, não havia recursos, mas fazíamos de tudo’, conta Edi Cerri. ‘Para fazer o fundo do mar do ‘Reino das Águas Claras’ colocamos um aquário de verdade em frente de uma câmera e atuávamos atrás. No vídeo, apareciam os peixinhos na nossa frente, com bolhinha de ar e tudo.’
Edi nunca foi substituída. Viveu a Narizinho até o fim porque era pequena e parecia uma criança. ‘O único problema é que depois demoraram para acreditar que eu podia fazer papel de adulto’, conta.
O programa mereceu horário nobre e não era dirigido só ao público infantil. ‘Agradava a todos porque era uma adaptação inédita em um veículo novo’, lembra Tatiana. ‘Mas acredito que fez tanto sucesso porque era uma produção cuidadosa. Tínhamos tempo para ensaiar.’Tatiana Belink diz que a história de Monteiro Lobato sempre será atual. ‘Ele é o pai de toda a literatura infantil brasileira. Tudo começou com ele’. Mas a escritora não acredita que a obra possa ser adaptada de qualquer jeito. ‘Uma criança não é capaz de interpretar Emília’, diz, referindo-se à atriz Isabelle Drumond, que viverá a boneca na nova produção da Globo. ‘A Emília é a própria consciência de Lobato, é preciso interpretá-la e não só dizer o texto.’
A escritora assistiu à segunda adaptação (de Geraldo Casé), e confessa que não gostou de imediato. ‘Depois de alguns episódios eles acertaram. Foi quando Marcos Rey integrou a equipe de roteiristas’, diz. ‘Notava-se que existia ali alguém que realmente entendia de literatura infantil. Rey soube interpretar o senso de humor de Lobato.’

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